Blog Andando por Aí

Pelo Vale do Rio Silveira

 

Novo grupo em formação para os dias 28 e 29 de fevereiro. Informe-se pelo whatsapp

(54) 999985488 ou no site www.vitorhugotravi.eco.br

 

Geografia incomum

O Desnível dos rios Divisa (esquerda) e Silveira (direita) é um ponto da geografia do Rio Grande do Sul que desafia a lógica. Os dois andam pelo vale na direção que os levará ao encontro com o rio Pelotas, mas no desnível eles quase se tocam, ficando a poucos metros um do outro. O mais curioso é que o rio Divisa corre em um vale com uma diferença de 18 metros mais abaixo, escorado por um paredão de rocha basáltica. Este é o desnível incrível que mostra a geografia local. Logo adiante eles se fundem, pouco antes do Cachoeirão dos Rodrigues e seguem unidos até a foz com o Rio Pelotas, que mais adiante se transforma no rio Uruguai, que bem mais ao sul mistura-se com o Rio da Prata, lá na distante Argentina. Mais adiante tudo se mistura no Oceano Atlântico e um dia, ninguém sabe quando, a evaporação da água do mar vai fazer chover sobre o continente. E tudo recomeça....

 

Travessia refrescante

Para se chegar no mirante que permite a visualização dos dois rios e o seu desnível, é necessário atravessar o Rio Silveira a pé. Por uma trilha curta e tranquila que sai da Pousada Potreirinhos, chega-se ao ponto da travessia, onde tem uma corda que garante segurança e o rumo certo. Água corrente, mas tranquila, fundo seguro formado por um lajeado, altura máxima até os joelhos, chega-se a outra margem com segurança e a satisfação de uma refrescante massagem que a água faz nas pernas e pés. Depois é só subir e apreciar uma das mais espetaculares vistas dos nossos Campos de Altitude.

 

Escalando o Morro Maracajá

Para ampliar o horizonte e desfrutar de um mirante natural com mais de 1.200 metros de altitude, é necessário subir uma trilha pelo lado oeste do Morro Maracajá. Vale o pequeno esforço de se chegar ao topo, porque a vista de lá é de 360 graus de pura natureza. O silêncio, a brisa refrescante e o quadro pintado formando fragmentos de rios, campos, matas e vales, impressiona qualquer um que goste de natureza.

 

Mata, rio e campo

Como se não fosse suficiente a beleza que se apresenta no topo do morro Maracajá, uma pequena caminhada mais para o sul, a partir do topo do morro, descortina-se outro espetáculo: a Cachoeira do Dez, formada no leito do Rio Divisa e protegida por um lado pela impressionante mata de araucárias e pelo outro com a suavidade dos campos de altitude. Parece mesmo que a água do rio impôs: mata para cá, campo para lá.  

 

Amanhecer na Pousada Potreirinhos

Uma das mais agradáveis sensações que conheço é amanhecer no campo, e quando estou em uma fazenda, ou pousada rural, como é o caso da Pousada Fazenda Potreirinhos onde ficamos hospedados, levantar com o sol, sentir os cheiros dos potreiros, ouvir os sons dos bichos e sentir o vento fresco no rosto é um exercício que reconforta e traz uma energia que não encontro em outro lugar. Olhar uma taipa com os musgos e líquens que ali vivem ainda carregada com o orvalho da madrugada, ver uma vaca deitada perto do galpão da ordenha, sentir o pasto molhado nos pés e seguir com o olhar para onde a vibração do novo dia aponta, é viver a verdadeira ruralidade.

Um mergulho na natureza

Cachoeirão dos Rodrigues: um ícone de beleza do Rio Silveira

No último final de semana – 18 e 19 de janeiro, estive com um grupo no Vale do Rio Silveira, em São José dos Ausentes, apreciando e desfrutando de uma natureza incomum. O vale é um lugar escondido, longe de tudo, mostrando a natureza como ela é, com uma mínima interferência humana. Digo mínima, porque sempre há marcas visíveis da presença do homem, como cercas, taipas, gado e as duas famosas pousadas do lugar: a Pousada Cachoeirão dos Rodrigues e a Pousada Potreirinhos. É um lugar para se mergulhar na natureza. Se você ficou interessado, há um novo grupo sendo formado para os dias 28 e 29 de fevereiro, logo após o carnaval. Informe-se pelo whatsapp 54 999985488 com vitor hugo.

 

O desafio de atravessar o Rio Silveira

O Rio Silveira, com suas águas frias e cristalinas, percorre o fundo do vale e encanta a todos com seus lajeados amplos, rasos e que permitem uma travessia segura nestes meses de verão, quando sua vazão é reduzida. Esta travessia é feita para que se tenha acesso a base do Cachoeirão dos Rodrigues, lugar de uma beleza sem precedentes e onde se pode tomar um banho no poço abaixo da queda. A travessia é feita com calma e cautela através dos meandros das pedras do leito, buscando sempre encontrar o melhor lugar para colocar o pé para que garanta um passo seguro. Por vezes temos que andar meio às cegas, quando o reflexo do sol impede de que se veja o fundo.  Esta travessia, com todos estes e outros detalhes, é uma das melhores experiências sensoriais que conheço.

 

Passos calculados, olho no chão, água refrescando os pés e o prazer do diferente.

Lentamente, em fila, em dupla ou só, utilizando os bastões de caminhada todos seguem o traçado mais fácil para se chegar a outra margem. O prazer é grande, muito intenso e quando termina, a vontade é de que continue. Todos param na margem, mudam os calçados para seguir pelo campo, porque a aventura continua em direção a base da cachoeira.

 

Uma subida radical depois de um banho

Para acessar a base do Cachoeirão dos Rodrigues, além da travessia do rio, há uma trilha pelo campo nativo e que segue através de uma mata fechada, com uma descida íngreme, desafiadora, mas que ninguém refuga. A emoção da descida, a expectativa do encontro com a parte de baixo da cachoeira, repele qualquer medo ou tensão. No retorno, um passo de cada vez, um ajudando o outro e quando se chega no campo, o cansaço some. É um esforço que compensa e deixa marcas perenes na memória de cada um.

 

Grupo que participou da Aventura no Vale do Rio Silveira: parceria incondicional.

Parceiro desta aventura, este grupo mostrou a determinação que existe quando se resolve interagir com a natureza. De 18 a 80 anos, ninguém fez mais ou menos que ninguém. Todos envolvidos, cada um na sua velocidade e capacidade, mostraram que é sim, na natureza, que se busca a energia e a harmonia para bem seguir na vida saudável. Parabéns a todos os participantes e um agradecimento especial ao casal Nilda e Chico, proprietários da Pousada Potreirinhos, que com tanto carinho nos receberam, além da dedicação, profissionalismo e belas músicas que nos proporcionou a Edinaira.

Rita e Sombra, meus vizinhos.

Rita, com seu perfíl inconfundível de sapo-cururu

A Rita é um sapo-cururu que mora num compartimento secreto da área da casa, aonde ela passa o dia dormindo escondida da gata e dos cães que vagam pela rua e gostam de atucanar a coitada. No jardim aqui de casa tem um gramado que é o supermercado da Rita. Quando anoitece, ela se esgueira por uma fresta e sai do seu esconderijo e começa sua caçada pelo gramado, comendo literalmente tudo que se movimenta com asas ou patas e que caiba em sua grande boca. Come, pula, para, olha, escuta, pula, come, para e assim segue o baile. Ela anda de forma aparentemente errática, mas sempre sendo atraída por movimentos no gramado que possam indicar a presença de algum inseto ou aranha. Anda, volta, vai novamente, mas nunca muito longe do seu precioso esconderijo.

Impressionante a quantidade de pequenos animais que ela consegue capturar com sua pegajosa e extensível língua, que atua como ferramenta preciosa e certeira para trazer a boca os petiscos que andam pelo gramado, que só ele parece enxergar. Hora após hora, a Rita trilha pelo gramado, pelas calçadas e pela horta em busca do sustento e isso a torna uma grande aliada no controle de insetos e aranhas, mantendo tudo mais ou menos sob um controle populacional regulado pela oferta e procura. Mais sapos, mais alimento: menos alimento, menos sapos. Assim a natureza vai regulando as coisas e evitando a explosão populacional de uns e de outros.

Rita com sua enorme boca e olhos adaptados a visão noturna. Nada escapa.

Festa grande é quando, nestes dias quentes do verão quando se aproxima uma chuva, os cupins alados emergem do solo em seus voos nupciais aos milhares e a Rita se farta com o maná oferecido e certamente retorna para seu abrigo antes do “horário”, em função da grande e inesperada disponibilidade de comida a que teve acesso.  Algumas vezes vejo que a Rita tem concorrente no pátio onde domina soberana. É o Sombra, outro sapo-cururu que aparece vindo do lado da horta, um lugar sombrio a noite devido as árvores que atacam a luz do poste, onde deve ter seu esconderijo. Os dois não brigam, mas disputam freneticamente cada palmo do gramado atrás de comida fresca. O Sombra passa pela Rita e finge ignorar sua presença, talvez olhem um para o outro e digam: “vai prá lá, que prá cá é comigo”, ou apenas rosnem um para o outro, ou se prometem um “namoro” quando chegar a época de cria, ou nada disso. Nunca vou saber.

Por esta habilidade na captura de insetos e pelo seu apetite descomunal, vários casais do nosso sapo-cururu (Rhinella icterica) foram levados para a Austrália em 1935 para controlarem uns insetos que assolavam lavouras de cana de açúcar. Como por lá não havia predadores para ele, encontraram o lugar perfeito para se desenvolver: muito espaço, muita comida e sem ninguém para molestá-los. O resultado óbvio veio algumas décadas depois, quando o nosso querido sapo-cururu atingiu o estágio de praga, tornando-se um problema ambiental maior do que aqueles insetos que assolavam as lavouras e que os fizeram atravessar o mundo. Aqui no Brasil o sapo-cururu é nativo, adaptado a diversos ambientes e vive em equilíbrio, porque ele tem quem controle suas populações, como várias serpentes, aves e mamíferos, impedindo que ele vire uma praga.

Vale encantador

 

Olhando para o sul

O cavalo saiu do cercado, onde tem um saleiro bem no topo de uma coxilha, e parece que ficou exultante com a paisagem que se abriu a frente. Este local, com mais de 1.200 meros de altura, próximo do Topo do Rio Grande, oferece um visual fantástico para qualquer dos lados que se olhar. O cavalo observa o quadrante sul e parece em dúvida se segue pastando ou fica curtindo a liberdade do campo infinito a frente. Quisera que todos os meus problemas fossem desta ordem....

 

Vale encantador

A estrada se esquiva da beira do rio, sabendo que ele se espalha pelo campo nas enchentes, respeitando seu humor. Assim é o Vale do Rio Silveira, um lugar que guarda muito do que é o ecossistema dos Campos de Altitude. Campos predominam sobre as matas em muitos lugares, rios correm pelo vale alegrando e distribuindo umidade por todo lugar, dessedentando a fauna e hidratando a vegetação. O Morro Chato, ao fundo, tudo vê e parece que controla os acontecimentos, ajudado pelo Morro Maracajá, a esquerda que atua como sentinela do lugar.

Participe do novo grupo para uma Aventura no Vale do Rio Silveira programado para 28 e 29 de fevereiro e conheça mais detalhes deste belo lugar. Contate o whatssapp 54 999985488 com vitor hugo travi

 

Tronco, galho, graveto, folha

Este belo exemplar de cambuim com seu tronco liso, claro e manchado, destaca-se dentro da mata onde busca a proteção das copas mais altas das araucárias. Madeira dura, avermelhada, muito procurada para cabos de ferramentas e outras utilidades nas fazendas, no seu ambiente natural mostra o processo de crescimento de seus galhos e ramos, sempre em busca de luz para as folhas poderem “comer” o sol e fazerem a fotossíntese. Com o diâmetro sempre mais fino à medida que sobem, os ramos desenham uma intrincada e perfeita teia de suporte para a folhagem que, quanto mais altas e perto da luz, melhor. O resultado é uma obra de arte abstrata impossível de descrever.

 

 

Quatro pétalas amarelas

A flor da Cruz-de-malta se destaca imediatamente no meio dos campos úmidos e verdes nas beiras de rios, como o Silveira aqui em São José dos Ausentes. Como um sinalizador para os insetos, o matiz amarelo e a forma das pétalas atraem abelhas de diversas espécies em busca do precioso néctar escondido na base da flor. Ao passarem por ali “carregam”, de lambuja, o pólen que será “entregue” em outra flor, e assim as flores vão sendo fertilizadas e novas sementes irão garantir a nova geração. A importância das cores nas flores vai muito além da beleza que tanto nos atrai.

 

Arte no rio

Quando um rio deságua em outro, e a época é de estiagem, a espuma resultante do movimento da água e da matéria orgânica abundante, forma quadros interessantes de uma arte abstrata mutante. Fico ali parado por alguns minutos e os rodamoinhos formados vão transformando o quadro e pincelando a espuma para lá e para cá, como se a água do Rio Divisa, da direita na foto, não quisesse se misturar com a do Rio Silveira a sua frente. Rebojam, se escondem, mas por fim se fundem.

Vale do Rio Silveira

O sol furando a neblina da manhã

Acordar cedo e ouvir, como únicos sons, a cantoria de coleirinhos, sanhaçus, sabiás, tico-ticos, saíras, canários, seriemas e curicacas enquanto a água do mate esquenta; sair e sentir aquela brisa fria da manhã carregada de umidade sob a forma de denso nevoeiro que se acumulou no Vale do Rio Silveira; sorver uns mates vendo o sol espiar em uma fresta da neblina que aos poucos ele foi dissolvendo, só na Pousada Fazenda Potreirinhos, em S. J. dos Ausentes. Estou aqui finalizando o roteiro da primeira Aventura no Vale do Rio Silveira, que será realizado em 18 e 19 de janeiro com hospedagem na aconchegante e original Pousada Fazenda Potreirinhos. Interessou-se? Informações no whatsapp 54 999985488.   

 

Capturando a umidade

A densa neblina que encobre o vale do Rio Silveira, durante algumas madrugadas, é logo aproveitada pelos líquens que se instalam sobre cercas, taipas, cascas de árvores e rochas. Como não tem raízes para absorver do solo, dependem desta água da madrugada que vem na forma de uma cerração que tudo branqueia, como se cores não houvessem, parecendo um oferecimento de água que a natureza faz para estes organismos em períodos muito quentes e de pouca chuva, como os que estão se passando agora.

 

Caminhando pelo leito

O Rio Silveira está baixo neste início de verão, e assim permite que se explore seu leito com aquelas belas corredeiras, poços e remansos que convidam a um banho relaxante para aguentar estes dias escaldantes desta época. Cada degrau do leito revela um detalhe, um entalhe na rocha, uma caverna outrora cheia de água e que agora exibe o seu interior seco e escuro. As pedras do leito que recebem o embate permanente e erosivo da água, agora mostram o polimento a que são submetidas com um acabamento esmerado, lisas, secas e escuras “tomando” um sol, aproveitando-se da estiagem de verão. Logo o nível do rio volta ao seu normal e tudo ficará novamente coberto.  

 

Casa de barro e capim

O homem do campo, nos seus primórdios aqui pelo Pampa Gaúcho, construía suas pequenas casas de barro e capim, igual ao material que o conhecido joão-de-barro faz a sua. Muito bem-feitas, resistentes, elegantes, rústicas e funcionais tendo tudo que uma boa casa necessita, utilizam como alicerce, apenas um mourão de cerca, um poste ou galho alto de uma árvore.  Homens e bichos usando os mesmos materiais para suas necessidades de habitações, até por que também somos bicho.

 

Encontro de rios

Há um ponto turístico famoso aqui na Pousada Fazenda Potreirinhos - o Desnível dos Rios, onde o Rio Silveira quase encosta no Rio Divisa, ficando ambos muito próximos, mas com um desnível de mais de 15 metros de altura um do outro. Algumas centenas de metros mais abaixo, os dois rios finalmente se encontram, e a água do Divisa finalmente se mistura ao caudal maior do Silveira, pouco antes do Cachoeirão dos Rodrigues.  

Mais uma aventura

 

 

Mais uma aventura no icônico monumento natural do RS: o Monte Negro.

No último final de semana estive com um grupo de pessoas realizando mais uma Aventura no Topo do Rio Grande, em São José dos Ausentes. Lá encaramos o clima típico do lugar: chegamos com 30 graus, assistimos de cima de uma coxilha o tempo mudar com uma espetacular visão da evolução das nuvens negras vindas do Sul e escurecendo o céu; a temperatura despencou para menos de 10 graus; recebemos uma chuva leve e fria no caminho de volta; depois veio a cerração (a famosa Curruspaca) e finalmente o sol voltou e devolveu novamente o calor e as cores a paisagem. Tudo em um final de semana. Nosso piquenique que deveria ter sido feito no campo, apreciando o pôr de sol e desfrutando vinhos, pães, sementes e queijos, foi feito no galpão mesmo. São as emoções do Topo do Rio Grande.

 

Almoço na Pousada Monte Negro. Qualidade, capricho, sabor, variedade e produtos locais. 

Um café da tarde no Rincão Comprido é assim. Fartura, qualidade e sabores inigualáveis. 

Gastronomia e hospitalidade

As pousadas daqui oferecem, além de uma acolhida calorosa e familiar, uma gastronomia única, com aquele carimbo vido das receitas de ancestrais que não se perderam no tempo. Pães especiais, carnes e verduras do local, iogurte com leite cru tirado no dia ou na véspera e queijos mais do que espetaculares. A Pousada Monte Negro, onde ficamos hospedados, oferece tudo isso, além do imperdível camargo que é servido lá pelas sete da manhã, no galpão de ordenha. A Estância Tio Tonho nos brindou na chegada com um lauto almoço formado por um churrasco galponeiro mais as delícias da cozinha da Toninha. Já no Rincão Comprido pudemos comprovar o que tem de melhor num café da tarde de fazenda. Difícil descrever o que vimos e comemos.

 

Nem a famosa Curruspaca (cerração) impediu o grupo de se aventurar pela região

Apreciamos a formação de um temporal daqueles que encanta e assusta. Foi quando o tempo virou de 30 graus para 9. 

 

Este é o visual do ponto mais alto do Rio Grande do Sul - o topo do Monte Negro. 

 

Novas aventuras

Em 2020 oferecerei novas aventuras para grupos de até 12 pessoas. Em18 e 19 de janeiro iremos para uma nova aventura no Vale do Rio Silveira, com muita água, cachoeiras, gastronomia serrana e paisagens deslumbrantes. Quatro datas estão reservadas para o programa Aventura no Topo do Rio Grande: 20 a 22 de março, 15 a 17 de maio, 25 a 27 de setembro e 20 a 22 de novembro. Se estiveres interessado em alguma, entre em contato pelo meu whatsapp 54 999985488 ou pelo e-mail  Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Mais informações também em www.vitorhugotravi.eco.br

O paradoxo do pinus

 

O paradoxo do pinus

Quase todos conhecem o pinus, este pinheiro exótico introduzido na nossa região para substituir as exauridas florestas de araucárias, que tem a desvantagem de apresentar um crescimento mais lento, mas com a vantagem de fornecer uma madeira melhor, além do pinhão. As florestas de pinus nunca, ou quase nunca, são pequenas e assim cobrem grandes extensões do outrora campo nativo, alterando radicalmente o ecossistema original pelo sombreamento e disputa pelos nutrientes do solo. Passadas muitas décadas da sua introdução, é possível encontrar alguma beleza em seu monótono e monocromático interior, quando vejo um arroio que segue calmo o seu curso e ainda abriga parte da vegetação original em suas margens. É a resistência verde que se vê em alguns poucos lugares, mostrando este paradoxo entre a monotonia da monocromia e a sinuosidade, irregularidade e alegria de um arroio com suas margens verdes no sombrio ambiente.

 

Beleza e risco

Juntamente com as sementes e mudas do pinus vieram, lá de sua região de origem - o norte do México e sul dos Estados Unidos, esporos de muitos fungos que igualmente são exóticos. Estes fungos produzem anualmente cogumelos de cores e espécies diversas, e alguns deles tem alto grau de toxicidade podendo levar a óbito, além de serem potentes alucinógenos. As amanitas da foto são exemplos de cogumelos que devem ser evitados e apenas apreciados na sua beleza colorida e composição que fazem nas bordas destas matas de pinus.

 

O rei dos cogumelos

A abundância de alguns cogumelos comestíveis no interior destas florestas chama a atenção, como no caso do porcini, um dos mais populares e saborosos cogumelos que hoje é mundialmente conhecido. O outono é a época de colheita e para aqueles que se dedicam, o resultado das buscas é confortador, além de ser uma interessante atividade de “caça ao tesouro”.

 

A beleza jovem

Um bebê amanita exibe uma beleza e um fascínio que atrai logo a atenção quando se anda pelas bordas e mesmo no interior destas matas sinistras. Poucos dias são necessários para o surgimento, crescimento e morte deste belo e perigoso cogumelo que impõe uma cor vibrante que, se desperta a atenção, também serve de alerta.

 

Abundância na safra

Em boas temporadas de anos favoráveis (umidade alta e temperaturas amenas) a colheita é farta e a quantidade é tanta que os animais já aprenderam que o porcini é comestível e com boa palatabilidade e um aroma de natureza indescritível. É frequente encontrar restos destes cogumelos consumidos a bicadas ou mordidas, mostrando que não apenas nós, mas também a fauna local já viu neles um alimento potencial.

 

Almoço garantido

Final de uma caminhada de poucas horas rende cogumelos para muitas refeições, podendo ser através de um risoto, uma omelete, recheados ou assados, salteados na manteiga e com alho. As receitas são muitas e na safra é tanta a produção que é necessário conservar o excesso, seja desidratando ao sol ou em líquidos bem temperados.

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