Blog Andando por Aí

Canelenses ao vento

 Ver o mundo do mar é uma experiência interessante, balouçante, arriscada, emocionante, diferente. De dentro de um barco a velas o mundo se abre pelos oceanos e o vento é o combustível que ora tem pouco, ora tem muito e com um humor pouco previsível. A emoção de ver a terra se aproximando no horizonte, seja daqui de perto ou de muito longe, gera aquela expectativa do novo, de como o povo vai nos receber, como será a comida, a água as danças e as novas amizades. Sair do balanço do barco, que há tanto nos embala que até estranhamos o aprumo e a estabilidade da terra firme, permite abrir os olhos e os demais sentidos à exploração, ao conhecimento e a novos cheiros, gostos, tatos, gentes.

Destino Canela 2Réplica do Destino Canela na Praça João crreia de Canela. Para marcar a história.

Eu não fui junto, mas sei um pouco desta experiência porque conheço todos os tripulantes, incluindo meu filho, que resolveram dar uma volta ao mundo em um veleiro chamado Destino Canela, quando o nome de nossa cidade foi conduzido pelo vento por mais de quatro anos, beijando as costas da Califórnia, Nova Zelândia, Austrália, Indonésia, África e finalmente na América do Sul. Sua tripulação foi variando ao longo da viagem tendo sempre a frente os irmãos Schlieper. Façanha muito arriscada e com sabor de aventura das mais apimentadas e temperadas pelos mais diversos tipos de culturas, imprevistos e apertos, de prazeres e de ondas surfadas, de reformas e pinturas do casco para resistir ao lambe-lambe das ondas salgadas.

Destino canela 3Gigante, João Pedro, Duda, Bruno e Fofo durante o evento de inauguração do monumnto do barco Destino Canela.

O capitão desta aventura, anos depois desta volta ao mundo, curvou-se ao jugo da malária lá pela indonésia, nos deixando com aquela saudade infinita, imensurável. Os demais tripulantes, mobilizados como se ainda estivessem sob as ordens do capitão Guto a bordo do veleiro, encomendaram uma réplica em aço e eternizaram esta aventura em um monumento erigido na praça central da cidade de Canela, de onde era originário. Visitem o monumento, vejam a sua biografia, apreciem detalhes da viagem em https://www.facebook.com/destino.canela/  e tentem, como eu fiz, entrar no barco e viajar junto com eles sendo não mais um marinheiro, mas parte do vento que os conduziu, podendo assim ver todos os detalhes do grande feito. Um saludo a todos que fizeram parte desta inesquecível aventura tocada a vento – Guto (In memoriam), Duda, Fofo, João Pedro, Bruno, Gigante, Rasta (São Paulo) e Edinho (Esteio).  

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