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Andando pelo Rio Silveira

 

Vale do Rio Silveira

O Rio Silveira é daqueles que encanta só no olhar, só no apreciar seus meandros espalhados pelo campo, desviando aqui e ali de algum paredão, gargarejando em dezenas de pequenas quedas em algumas corredeiras, branqueando a água com espumas efêmeras, ou se jogando no poço do Cachoeirão dos Rodrigues. Difícil eleger um local preferencial. Difícil apontar que local ele se harmoniza mais com a paisagem, que desfiladeiro ele enfeita mais com sua fria e limpa água. O certo é que este belo rio, que altera seu humor conforme as chuvas alimentam suas cabeceiras, é um ícone, um referencial para a região onde se abrigam as duas pousadas mais famosas do vale: a Potreirinhos e a Cachoeirão dos Rodrigues. Nossa aventura faz um “pente fino” nestes detalhes todos. Participe, teremos novo grupo em 28 e 29 de fevereiro. Informe-se em www.vitorhugotravi.eco.br

 

Café da manhã de fazenda

Acordar na fazenda Potreirinhos já é muito bom, com suas noites negras e silenciosas pela quase ausência de luz artificial, o silêncio da alvorada interrompido pelo canto dos pássaros, sua brisa fria acariciando o rosto e as mãos e a neblina que tudo cobre e logo descobre a paisagem. Mas o ponto alto da manhã é mesmo o café servido lá pelas oito horas. Difícil escolher o que comer, mas fácil mesmo é decidir o que repetir. Tudo fresco, nativo e com cheiro de forno e fogão a lenha, mãos viciadas na lida com as delícias da mesa que só a Nilda tem, deixa a manhã mais alegre e promissora. 

 

Galpão de fazenda

O sol insiste em entrar pelas frestas e jogar uma pouco de luz para mostrar o galpão da Fazenda Potreirinhos, aqui em Ausentes. Forçando a entrada, a luz vem dizer que o dia chegou, que muda tudo por aqui. Os zorrilhos e os graxains se recolhem, os morcegos se entocam nas frestas dos telhados ou cavernas, e os quero-queros, bem-te-vis e seriemas alardeiam o novo dia. A noite o galpão é silencioso, misterioso, sombrio e acolhe a escuridão entre suas paredes. Mas quando o dia volta, vaza luz pelas frinchas mostrando o seu interior alegre e cheio de vontade de receber pessoas e animais. Este é um galpão raiz. Este é o galpão da Fazenda Pousada Potreirinhos.

 

Atravessando o rio Silveira

Uma coisa que aumenta a adrenalina e o sabor de aventura, é a travessia do Rio Silveira. Já falei aqui sobre isso, mas nunca canso de salientar este detalhe. Acostumados que somos com pontes que nem mesmo vemos, muitas vezes, atravessar rios é simplesmente seguir a estrada confortavelmente sentados nos carros ou ônibus, e ignoramos como as coisas eram há menos de dois séculos, ou menos. Nesta aventura podemos ter a exata noção do que é ter a necessidade de atravessar um rio não a nado, de barco ou balsa, mas a pé.  No final nos damos conta que somos capazes de fazer coisas inimagináveis e, para nossa grande surpresa, são muito prazerosas, emocionantes e estimulantes.

 

Piquenique no final de tarde

Terminar o dia apreciando um maravilhoso por de sol de cima de um dos morros da Pousada Potreirinhos, na beira do lago, foi um dos pontos altos da nossa aventura. Vinho branco, queijo do Rincão Comprido, grãos diversos do Armazém Viezzer, trouxeram um gosto especial ao final de tarde. Para completar, o violão campeiro da Edinaira trouxe um contraponto perfeito, compartilhado com o som da “sinfonia dos sapos”, regida pela Maria Tereza que fez todos cantarem sons parecidos com aqueles emanados de um banhado. Por uns minutos, fomos todos anfíbios cantando a pleno. Perfeito final de dia para uma aventura no Vale do Rio Silveira. 

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