Blog Andando por Aí

Vale do Rio Silveira

O sol furando a neblina da manhã

Acordar cedo e ouvir, como únicos sons, a cantoria de coleirinhos, sanhaçus, sabiás, tico-ticos, saíras, canários, seriemas e curicacas enquanto a água do mate esquenta; sair e sentir aquela brisa fria da manhã carregada de umidade sob a forma de denso nevoeiro que se acumulou no Vale do Rio Silveira; sorver uns mates vendo o sol espiar em uma fresta da neblina que aos poucos ele foi dissolvendo, só na Pousada Fazenda Potreirinhos, em S. J. dos Ausentes. Estou aqui finalizando o roteiro da primeira Aventura no Vale do Rio Silveira, que será realizado em 18 e 19 de janeiro com hospedagem na aconchegante e original Pousada Fazenda Potreirinhos. Interessou-se? Informações no whatsapp 54 999985488.   

 

Capturando a umidade

A densa neblina que encobre o vale do Rio Silveira, durante algumas madrugadas, é logo aproveitada pelos líquens que se instalam sobre cercas, taipas, cascas de árvores e rochas. Como não tem raízes para absorver do solo, dependem desta água da madrugada que vem na forma de uma cerração que tudo branqueia, como se cores não houvessem, parecendo um oferecimento de água que a natureza faz para estes organismos em períodos muito quentes e de pouca chuva, como os que estão se passando agora.

 

Caminhando pelo leito

O Rio Silveira está baixo neste início de verão, e assim permite que se explore seu leito com aquelas belas corredeiras, poços e remansos que convidam a um banho relaxante para aguentar estes dias escaldantes desta época. Cada degrau do leito revela um detalhe, um entalhe na rocha, uma caverna outrora cheia de água e que agora exibe o seu interior seco e escuro. As pedras do leito que recebem o embate permanente e erosivo da água, agora mostram o polimento a que são submetidas com um acabamento esmerado, lisas, secas e escuras “tomando” um sol, aproveitando-se da estiagem de verão. Logo o nível do rio volta ao seu normal e tudo ficará novamente coberto.  

 

Casa de barro e capim

O homem do campo, nos seus primórdios aqui pelo Pampa Gaúcho, construía suas pequenas casas de barro e capim, igual ao material que o conhecido joão-de-barro faz a sua. Muito bem-feitas, resistentes, elegantes, rústicas e funcionais tendo tudo que uma boa casa necessita, utilizam como alicerce, apenas um mourão de cerca, um poste ou galho alto de uma árvore.  Homens e bichos usando os mesmos materiais para suas necessidades de habitações, até por que também somos bicho.

 

Encontro de rios

Há um ponto turístico famoso aqui na Pousada Fazenda Potreirinhos - o Desnível dos Rios, onde o Rio Silveira quase encosta no Rio Divisa, ficando ambos muito próximos, mas com um desnível de mais de 15 metros de altura um do outro. Algumas centenas de metros mais abaixo, os dois rios finalmente se encontram, e a água do Divisa finalmente se mistura ao caudal maior do Silveira, pouco antes do Cachoeirão dos Rodrigues.  

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