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A Cordilheira dos Andes

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Uma gigantesca cadeia de montanhas que percorre de cima a baixo a América do Sul. Assim é a Cordilheira do Andes que começa na Venezuela e se estende mais alta ou mais baixa, mais larga ou mais estreita pela América do Sul até o final do continente, formando o maior conjunto de montanhas contínuas do planeta com mais de 7 mil quilômetros de extensão, tendo como ponto culminante o Aconcágua, na Argentina, uma montanha que se eleva a 6.960 metros, a mais alta do Hemisfério Sul e só superada pelas gigantes do Himalaia

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Sua origem é decorrente de um choque entre a placa tectônica de Nazca, do fundo do Oceano Pacífico, com a placa sul-Americana do continente, iniciada num longínquo tempo geológico de aproximadamente duzentos milhões de anos. Lentamente este choque foi provocando o erguimento do continente e alterando o clima, com seus vulcões e terremotos frequentes. A patagônia, outrora verde e com florestas, começou a receber menos água da chuva porque as montanhas novas bloquearam a vinda da umidade do oceano Pacífico. O ambiente foi se tornando desértico e plantas e animais se extinguiram e novos surgiram, adaptados as condições que temos hoje. Este brutal jogo de forças entre as placas ainda hoje é percebido e a cordilheira continua aumentando em altura, fato atestado pelos frequentes terremotos e erupções vulcânicas no Chile e na Argentina.

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Quando Charles Darwin estava em Valparaíso, no Chile analisando os fósseis que encontrou na cordilheira, presenciou um terremoto de grande magnitude quando estava sentado na montanha, de frente para o Pacífico. Ele se perguntava como aqueles fósseis de animais marinhos podiam ter chegado até onde ele estava, centenas de metros acima do nível do mar. Após o sismo ele concluiu que o fundo do mar estava sendo lentamente empurrado para cima, a cada terremoto. E assim os Andes vão se formando e as montanhas crescendo em direção ao azul do céu.

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Os matizes de cores e texturas que se observa em alguns lugares, como em Lalargue, são fruto de inúmeros derrames de lavas e cinzas que vão se depositando em camadas ao longo de milhares de anos e que ainda continuam, numa escala um pouco menor, confirmando que a cordilheira ainda está crescendo e isso vai seguir por muito tempo ainda. A paisagem muda de acordo com a vontade do movimento das placas, o mesmo fenômeno que há milhões de anos atrás separou a América do Sul da África.

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Na verdade, estes movimentos nunca cessaram e vão continuar enquanto houver energia no interior do planeta, garantindo assim que a paisagem de hoje não será a mesma de amanhã. Daí a máxima de Antoine Lavoisier: na natureza nada se cria, nadas se perde, tudo se transforma - inclusive o relevo e a paisagem. Rochas que hoje vemos nas paredes negras e geladas das montanhas, amanhã poderão ser cascalho e areia que o vento e as chuvas levarão a se depositar em alguma várzea rio abaixo. As planícies de hoje poderão ser enrugadas amanhã e transformadas em pequenas cordilheiras ou vales. É a dinâmica do planeta, tão vivo como qualquer ser que o habita.

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