Blog Andando por Aí

O Topo do Rio Grande em tempos de Pandemia

Cânion Monte Negro visto do topo do Rio Grande - o pico do Monte Negro

Estive me refugiando por muitos dias na região do Topo do Rio Grande, em São José dos Ausentes, no início desta pandemia. Lá andei por muitos lugares, já que não havia restrição como em uma região urbana, e assim pude ver um lugar que me encantou sobremaneira, principalmente por que ali eu era o único humano em um raio de muitos quilômetros. Acostumei-me a ver a imagem do Cânion Monte Negro, que reproduzo aqui, com muitos visitantes que chegam até a borda através daquela linha mais clara que corta a paisagem, que é a trilha que traz as pessoas do estacionamento até o local. Também é muito comum neste horário da manhã ver turistas que vem em grupos a cavalo, oriundos das pousadas próximas, como a Monte Negro, Estância Tio Tonho e Aparados da Serra.  Fiz a foto num final de semana e a ausência de pessoas com seus barulhos e roupas coloridas e o movimento de entrada e saída pela trilha, ou de pessoas circulando pelo campo e bordas do cânion para uma melhor visão e enquadramento das fotos, fez com que eu refletisse sobre o momento que atravessamos.

A ausência de pessoas transforma o ambiente, faz com que ele retroceda no tempo e se pareça mais com a natureza original, mais com a essência do lugar, remete-o a uma condição primitiva me permitindo imaginar e reconstruir o ecossistema antes do homem europeu, um exercício que gosto muito de praticar nestes lugares ermos que vou. Nestes momentos é que percebo com mais clareza o impacto que imprimimos na natureza e o quanto a modificamos para o nosso usufruto.

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