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Parada para abastecimento

Parada para abastecimento

Dezenas, talvez centenas de Trinta-réis, concentram-se no litoral sul do Rio Grande do Sul, perto da barra da Lagoa do Peixe. Esta pequena ave migratória tem uma das mais interessantes histórias de deslocamentos entre as três américas. Anualmente viajam de norte a sul e de sul a norte em busca de alimento e local seguro para sua reprodução. O Parque Nacional da Lagoa do Peixe, espalhado pelos municípios de Mostardas e Tavares, é um porto seguro e de farta alimentação na rota destas aves. 

 

Cores da Patagônia

Andar pela Patagônia no norte da Argentina é um verdadeiro exercício para o conhecimento e reconhecimento de cores de diferentes matizes criados pela natureza. Acostumados com o nosso verde abundante de matas e pastagens daqui do Rio Grande do Sul, a aridez do ambiente patagônico cria uma nova paleta de cores formada pela exibição de diferentes sedimentos minerais que foram jogados para fora por vulcões em sucessivas erupções, tanto no passado como no presente. E para quebrar um pouco o cinza e negro, aqui e ali medram plantas rasteiras resistentes a este ambiente hostil à vida, pincelando alguns tons de verde para que a vida não seja esquecida. 

 

O encanto do vale

Um pequeno vale na serra, cortado por um arroio que desliza ruidoso e rápido pelo seu leito, pode se tornar um lugar encantado de um minuto para outro. Basta que no final do dia surja a conhecida cerração para dar um tom de mistério e encanto ao fundo, escondendo total ou parcialmente o campo e as araucárias e pintanto de um cinza claro o quadro. O mistério e o encanto aumentam a medida que a densa neblina avança e cobre tudo e todos.

 

Chimarrão e fruta

A ervateira é conhecida mais pela generosa e saborosa erva-mate que diariamente consumimos através do chimarrão, após um processo de secagem e trituração de suas folhas e ramos mais finos. O que poucos sabem é que esta árvore é também uma importante frutífera que produz pequenas bagas adocicadas que são muito apreciadas pelas aves comedoras de frutas e grãos, como o sabiá-laranjeira, a saíra-preciosa, o sanhaçu-cinzento e o tucano, por exemplo. E são estas mesmas aves que, assim como outras espécies que consomem estes frutos, disseminam suas duras sementes pela mata, fazendo com que novos pés de erva surjam aqui ou ali.

 

Mamangava barulhenta

Abelhas grandes assustam pela sua aparente ofensividade e perigo, mas se nada fizermos a elas, podemos apreciar com detalhes o árduo trabalho da mamangava na busca de néctar em uma flor recém-aberta de cactos. Ela é pesada e se imiscui através da anatomia da flor para localizar os nectários e, ao fazer isso, lambuza-se de pólen nas patas, barriga e cabeça. Este pólen, que é equivalente ao gameta masculino dos animais, vai ser levado de flor em flor e assim as flores de cactos são fertilizadas e novos frutos com sementes férteis serão produzidos. Salve a grande mamangava.

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