Blog Andando por Aí

Por onde andei em 2018

Deserto do Atacama com a palha brava em meio a neve e os vulcões ao fundo

O ano de 2018 me levou a inúmeros lugares relevantes que tive o prazer de conhecer ou de rever e de socializar o que vi, fotografei e escrevi com os leitores que me acompanham semanalmente através do jornal Nova Época ou dos meus blogs, no site www.vitorhugotravi.eco.br. Iniciei o ano que passou indo conhecer de perto um dos rincões de grande importância geográfica, geológica e cênica do Rio Grande: o rio Camaquã. Explorei alguns dos lugares icônicos deste importante rio do sudeste, como o Rincão do Inferno e os Paredões do Camaquã. Um rio de uma beleza única pelos seus meandros e depósitos de areia âmbar de uma textura e granulação que fazem cócegas e massagens nos pés de quem por lá se aventura andar. Impressionante também foi a exuberância da mataria que acompanha o rio, com árvores frondosas e frutíferas abundantes, como o guabiju, açoita-cavalo, jerivá e aroeira-periquita, entre dezenas de outras.

Vista do Paredão do Rio Camaquã, um lugar onde o rio é apertado entre dois morros. 

Depois retornei a São José dos Ausentes por puro gosto pelo local, que me fisgou há muito tempo e não canso de ir ver e sentir aquelas belezas que se escondem pelos campos, rios, cânions e matas de araucárias. A Estância Tio Tonho tem sido meu referencial neste canto do Rio Grande, juntamente com a Pousada Monte Negro, lugares de bem receber, divulgar e cultuar e a autêntica mesa serrana, embalada pela tradição do gaúcho de cima da serra e seus hábitos. Voltei em abril para me deleitar com a safra de cogumelos silvestre e me deparei com uma fartura poucas vezes vista.

Bando de trinta-reis no litoral, perto da barra da Lagoa do Peixe

Sempre inquieto, em agosto resolvi conhecer o deserto do Atacama, o mais seco que existe neste nosso planeta. Fui e fiquei encantado com a aridez, o céu sempre azul, as salinas sem fim, cactos gigantes e uma cultura nativa muito forte que se mantém nas cidades pequenas, como São Pedro do Atacama, no Chile e Pumamarca, na Argentina. Viagem longa, quase dez mil quilômetros, fez com que eu atravessasse a América do Sul de leste para oeste, atravessando a cordilheira dos Andes em Passo Jama, ao norte, e ao sul em Passo Libertador. Avistei o Oceano Pacífico no litoral Chileno e mais especificamente na árida cidade portuária de Antofagasta.

Na primavera fui ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe, um verdadeiro santuário de aves de todos os tipos e tamanhos, existente no nosso litoral em terras dos municípios de Tavares e Mostardas. Na mesma época em que fui, ocorreu o Festival Anual de Aves Migratórias que atrai à região especialistas nacionais e internacionais para o registro e observação de dezenas de espécies que vão ao local ou para descanso e alimentação, durante suas longas rotas migratórias, ou para reprodução pela abundância de alimento oferecido pelos campos, matas, banhados e pela lagoa de águas rasas e ricas em crustáceos, moluscos, vermes e peixes que fazem dali um dos locais mais importantes para a fauna ornitológica do continente sul americano.

Colheita abundante de cogumelos comestiveis no iníciodo outono

 Agora, para iniciar bem o novo ano, estou envolvido com outro trabalho que será sobre o nosso maior rio - o Uruguai. Estou já aqui em São José dos Ausentes para iniciar uma série de crônicas sobre as nascentes deste belo e importante rio. As crônicas deverão iniciar em breve e os trabalhos de campo já iniciaram com as pesquisas de locais de nascentes e identificação de nomes dos arroios e rios que formam o famoso Uruguai.

Sempre com energia renovada, emanada da minha família e dos amigos aqui da Estância Tio Tonho, pretendo cumprir mais este desafio que me impus e compartilhar com vocês o que encontrar, contando sempre com importantes apoios de empresas e pessoas da comunidade que tornam possível estas minhas investidas. Desejo a todos um grande 2019 e que ele venha cheio de novos desafios e empreitadas junto a natureza, este banco de dados inesgotável que me fascina, ensina e tanto me desafia.  

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