Blog Vale do Rio Silveira

A primavera no vale

 A beleza única e emblemática da endêmica orquídea vermelha

Nesta primavera de 2021, campos e matas da região do Vale do Rio Silveira, aqui em São José dos Ausentes, estão mostrando que a estação vai ser colorida, perfumada e alegre como deve ser. O campo já mostra o verde se impondo ao negro das queimadas de agosto e rapidamente restabelece o pasto para o deleite dos herbívoros. Algumas flores já exibem seus matizes de amarelo emprestado pelas margaridas-do-campo e pelos ipês, o branco das margaridas-do- banhado e das carquejas, o vermelho das orquídeas, o lilás das gandularias já colorem intensamente os campos, matas e banhados da região. Ouvir os cantos de acasalamento das aves é outro indicativo forte de que a estação de reprodução já está em curso. Ninhos de corucacas, tico-ticos, gralhas e quero-queros são já vistos por todos os lados, prenunciando uma nova geração de aves de todos os tipos e tamanhos. As espécies migratórias, como o sabiá-ferreiro e o gibão de couro, ainda não chegaram, mas não tardam em sua viagem vindos do Norte para aqui permanecerem até o final do verão.

Flores de carqueja embelezam e perfumam o campo

O cheiro que corre pelo ar é doce e estimula novos empreendimentos. Abelhas se fartam de néctar de flores de bracatingas, carquejas e cascas-de-anta, garantindo um mel precoce nas colmeias. Beija-flores e morcegos também disputam o néctar, precioso e ausente que estava durante o inverno. As araucárias já exibem suas pinhas verdes e pequenas que já receberam o polem, estando em curso a fertilização que garantirá os pinhões do futuro próximo. Nos gramados perto das casas das fazendas, os sapos ressurgem de seus sonos de inverno, agora magros e com muita fome de insetos e que se tornam presas fáceis embaixo de algum poste de luz de galpão ou das casas.

As margaridas-do-banhado enfeitam as áreas úmidas perto dos rios e arroios

As águas dos rios e arroios correm e se espalham pelos campos mais baixos, avisando que as chuvas desta primavera estão abundantes. Enchem-se os açudes e lagoas, os passos estão altos e muitas vezes impedindo as passagens de homens e cavalos, as cachoeiras transbordam beleza e medo, as corredeiras roncam mais alto e avisam a todos que devem se manter afastados.

Ipê-da-serra em plena floração na Vila do Silveira

Os dias amanhecem mais cedo e terminam mais tarde, aumentando assim o tempo de luz no ambiente, o que é um dos gatilhos que servem para avisar a fauna que a estação de cria chegou. Abundância de água, sol, pasto, flores e, logo adiante, de frutos e sementes promete abundância para bichos e plantas num ciclo natural onde o sol fornece a energia para as plantas produzirem alimento, os bichos comem as plantas e servem de alimento a outros bichos e todos, ao morrerem, servem de alimento a outros, fechando o ciclo.

A visão dos campos verdes no Vale do Rio Silveira indicam o tom da nova estação

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