Blog Vale do Rio Silveira

O Cachoeirão dos Rodrigues

Cachoeirão dos Rodrigues visto do campo, pela margem esquerda

Um dos mais espetaculares visuais do Cachoeirão dos Rodrigues é a vista que se consegue ter a partir margem esquerda do Rio Silveira o que permite, inclusive, o acesso a sua base. Chegar no poço da cachoeira não é uma tarefa muito simples e rápida, apesar de ser altamente estimulante, uma vez que é necessário atravessar a pé o rio para poder caminhar pelo campo até o local de descida. O desafio é cruzar os rasos do rio andando pelos lajeados e pedras maiores, evitando os locais mais fundos seguindo um trajeto imaginário feito há muito pelos moradores locais. Não há marcação nem balizas e quem se aventura sozinho pode ter o dissabor de cair em um buraco. Mas tudo é festa e aventura quando o rio está baixo, fato comum no verão e outono. Mas após as chuvas fortes de inverno e mesmo de primavera, ninguém consegue cruzar por ali, restando então a opção de visualizar a queda pela margem direita, acesso que igualmente se faz a partir da Pousada Cachoeirão dos Rodrigues.

Para se chegar aos mirantes da margem direita, segue-se por uma trilha curta e com boa sinalização que conduz o visitante com segurança pelo campo e depois por dentro de uma mata de araucárias até a borda do barranco. O trajeto é muito agradável e com muitos sons de aves de mata, visual de muitas árvores com seus galhos repletos de barba-de-pau e líquens vermelho, verdes e cinzas por toda parte, atestando a alta umidade do ar na região. Dos mirantes naturais é possível visualizar a queda apenas de cima, mas com um visual igualmente deslumbrante. Quanto mais cheio o rio, mais linda se torna a cachoeira e este fator é um dos fortes atrativos para o turismo de natureza, que aqui no vale é muito forte juntamente com o já consolidado Turismo Rural.

Cacheirão dos Rodrigues visto da sua base

Nadar no poço que se forma na base da cachoeira é uma aventura refrescante para os adeptos do banho de rio. Local perigos, de grande profundidade, atrai um tipo de turista que gosta de desafios, tendo inclusive os que se aventuram a chegar embaixo da queda para tomar um banho de ducha. Andorinhas sobrevoam em torno da cachoeira onde, na primavera, fazem seus ninhos nas frestas e grutas do paredão escuro. No caminho para a base é possível ver uma tubulação metálica abandonada, que ora corre pelo campo, ora segue enterrada, e que mostra rastros de uma antiga usina geradora de energia elétrica para uso na propriedade construída em 1980. Ainda há restos da antiga casa onde o gerador funcionava, até ser destruída por um tornado em 2000, segundo me contou o proprietário da Pousada Fazenda Cachoeirão dos Rodrigues, o Sr. Tonico Nackes. No mesmo ano de 2000 veio a energia da rede pública para a região. São marcas de uma época dura e de muitas privações que somente o tutano e a determinação dos pioneiros permitiu que aqui se instalassem e criassem suas famílias e seu gado.  

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